Argentinos, negros, judeus

quinta-feira, 14 de agosto de 2008

Tenho uma professora maravilhosa. Seu jeito me lembra muito as mulheres cariocas, desbocadas e espontâneas. Ela é gaúcha. Mas mesmo assim não ligo, não tem sotaque. Ela sabe muito. Até rebate e contradiz o que o autor da teoria que explica. Ninguém passa da aula dela sem dar algumas risadas, tem gente que exagera. Uma gaúcha com espírito carioca dando aula em Santa Catarina. País curioso esse nosso.

Explanando sobre determinado autor, afirma que desde os anos 70 os argentinos já incomodavam, se referindo a uma palestra que foi impedida de acontecer por um dos nossos vizinhos. Risos se ouvem na sala inteira. Comecei a recordar de todos que conheço desta nacionalidade. Pais de uma grande amiga, que sempre me recebem tão bem em sua casa, sempre tão cordiais e receptivos. Uma amiga da faculdade, uma amiga do Rio de Janeiro. Não achei graça. De onde vem a rixa entre brasileiros e argentinos? Porque perdura até hoje?

Não quis pensar que ela se julga melhor que outrem, seria pretensão demais para uma mera mortal que terá seu destino igual ao de qualquer pessoa, independente da nação que a abriga. Pensei em me retirar da sala, da matéria dada. Aquele dia foi o argentino, hoje poderá ser o judeu, amanhã o negro.

1 lamentos:

Emmanuel Feliphy disse...

Boa indignação...mas hoje é o argentino, ainda hoje será o judeu, e foi hoje mais cedo o negro...