Encontros e desencontros da modernidade

terça-feira, 19 de agosto de 2008

Hoje assisti a um documentário - pela metade - do qual não sei o nome. A temática envolvia temas como namoro, revolução sexual, solteirisse, sexualidade, casamento, numa era tão globalizada onde as pessoas estão tão perto. Tão perto e tão longe. Parece que nunca foi difícil como hoje é encontrar um par onde você tenha a certeza de um relacionamento duradouro e estável.

Na década de 70 deu-se início a uma Revolução Sexual, o resultado foi um grande surto de doenças sexualmente transmissíveis, mas vamos nos deter no que ficou de positivo da coisa. Hoje, uma mulher pode escolher com quem se deitar sem se importar com o que dirão, seguir seus instintos e fantasias mais primitivas. Pode se deixar levar pelo lesbian chic e se aventurar em uma relação com alguém do mesmo sexo. Bem como, pode optar por não relacionar-se com ninguém e não ser julgado por isso. Pode tudo. Viva os anos 70.

Em contra partida, o ser humano se vê aterrorizado diante de tanta liberdade. O ser humano não está condenado a ser livre, como disse Kierkegaard. Não é a toa, que desde que o mundo é mundo, vemos instituições que visam reprimir os instintos sexuais das pessoas, sendo a principal dessas é a religião. A liberdade causa angústia e a pessoa precisa de algo para se agarrar.

Vivemos em uma monogamia sussessiva. As pessoas são fiéis até certo ponto onde trocam seus parceiros por outro, dos quais também serão fiéis até que também serão trocados por outros. É a moda do juntar. Se não der certo, vai cada um pra sua casa, pra sua vida. É praticidade por um lado e descartabilidade por outro. As pessoas se tornaram descartáveis e o relacionamento se tornou volátil. Não existe mais o compromisso e a tolerância para com o outro. Parece que estamos revivendo o momento do liberalismo onde as pessoas estão cada vez mais individuais. Quem não se encaixa em um padrão de comportamento considerado ideal não serve, ou seja, não se respeita mais a diferença de ser do outro.

Nós humanos, como muitos mamíferos somos seres promíscuos. Em contra partida, assim como os pássaros, nossos herdeiros necessitam de certa atenção que exigem a presença de cuidadores. Não há espaço para a poligamia nesta relação.

A angústia de ser livre então se dá a medida em que um histórico de companheirismo amoroso entra em conflito com o desejo de seguir seus instintos. E eu nunca vi um solteiro convicto permanecer assim vendo a vida esfregar na sua cara a quantidade de casais construindo sua própria vida em conjunto.

A realidade está aí: a grande diversidade de pessoas procurando um relacionamento, muita gente procurando aventuras, bem como pessoas que buscam a promiscuidade mútua. Tem gosto pra tudo. Só não se pode exigir do outro um molde específico que com certeza, não existirá.

3 lamentos:

Giovana disse...

Colaboração de Nathalia!
Gracias Nath!

Nathalia P. disse...

Disponha, quando necessitar de auxílio é só pedir.
Adorei as questões evolucionistas, o ser humano é um ser monogâmico serial, o que não quer dizer que não seja possivel uma relação dar certo, tudo depende da relação e da vontade de estar junto da outra pessoa

Emmanuel Feliphy disse...

hehehe !! To lendo 1968, O Ano que Não Terminou e ele começa falando dessa revolução feminina !! Coincidência essa viu ! ;p Bjos..